Então imagine sua alma dentro do meu corpo
Não aguentaria nem metade dos copos que eu bebo
Imagina as maldades que eu vi
Trauma no seu coração
E a extinção tá no meu sorriso
Imagine ter o tempo como inimigo
Jovens negros se sentem na candelária
Jovens brancos tem surtos psicóticos
Vontade de ser favela
Eu matarei seu racismo velado
Imagine a revolta que eu sinto a cada olhar enojado
A cada branco com expressão de medo
Eu sinto fome de ganhar dinheiro
Mas nojo de ser do teu lado
Nariz em pé de branca nunca brilhou meu olho
Nariz de branco atrás de branca enriquece o bolso
Então entre no ritmo da valsa
Quem vende, não consome
E assim seguirá no vice e versa
Tô com faro, acabei de sair do esgoto
Você está ouvindo Esculpido à Machado!
Vendo o outro lado como ghost
Atrito mesmo sem carne
Almas vagas sentem fome
Ei madame não vou ser mais um jovem negro morto
Eu não afundarei no porto
Eu não tenho porte
E não suporto quem age na mancada
Sinfonia das balas
Disfarce na rajada
Quero pretas do tipo marta
Que me levem até Marte
Não vou morrer por Nike
Vivo eu carrego marcas
Não passam da barricada
Nunca vão alcançar meu auge